Conversar - Conjugar
v. intr.
1. Falar com alguém, palestrar, cavaquear.
2. Pop. Namorar.
3. Fig. Tomar conselho.
v. tr.
4. Tratar intimamente.
conversar alguém: sondar o seu pensamento; sugestioná-lo, para interesse próprio.
Hoje andei a fazer contas à vida, e a organizar ideias...
E não me saiu esta ideia da cabeça:
"É tão fácil falar, mas tão difícil conversar... Se as pessoas dissessem o que pensam, e o que sentem, tudo seria mais simples..."
E fez-me ver, que nos últimos tempos,
apenas tenho falado, e poucas vezes tenho conversado...
E onde quero eu chegar com esta distinção dos dois verbos?!
É simples... Temos sempre tema, quando falamos...
Seja sobre o tempo, um filme, o que se passou no nosso dia, ou até sobre o que deu ontem na novela das nove...
Todos os dias falamos com muita gente, sobre muita coisa...
E o falar, é essencial, porque nos faz ter uma visão mais alargada das coisas, porque o Ser Humano sem isso, não evolui e estupidifica...
Quantos de nós, quando cumprimenta alguém, e diz o "Olá, então tudo bem?", muitas vezes nem dá importância à resposta?! É apenas uma retórica, ou outras vezes, até nos atropelamos a falar, e demonstra inconscientemente, que não estamos interessados no assunto...
Agora, quando conversamos...
Aí a coisa já muda totalmente de discurso...
Para haver uma conversa, tem que haver uma certa entrega...
E quantos de nós, estão realmente interessados em nos abrirmos?!
Quantas vezes, estamos a falar com alguém, que nos é importante,
e temos algo de importante a conversar, e as palavras ficam presas no esófago, e não sobem?!
Aí, já tudo se complica... E até o mais corajoso dos espécimes, fica com a garganta seca, e uns suores nas mãos, e acaba por não dizer nada do que realmente quer, perdendo uma oportunidade...
E neste momento, estou nessa fase...
Sinto que falo, mas não converso,
porque isso seria expor-me...
Revelar algo que pode ser mal interpretado, por quem nos escuta...
E quando assim estou...
Falo muito, e muito rápido...
E quem me conhece, sabe que tenho algo a dizer, mas que não me sinto à vontade para o fazer...
Era tudo bem mais simples, se nos dessemos ao trabalho de dizer às pessoas o que significam para nós, o que pensamos delas, como nos fazem sentir, ou tirar dúvidas, que nos apoquentam...
E o que devemos fazer?! Agarrar o "Touro pelos cornos", e simplificar as histórias melo-dramáticas, que alimentamos no nosso cérebro?!
Ou deixar andar, na esperança de que um dia as coisas fiquem mais claras?!
(Apesar do cérebro ficar desfeito em pápa, porque o labirinto é tão extenso, que metade dos neurónios ficam pelo caminho...)